Cinema dos Povos: Câmera Olho

CÂMERA-OLHO. Diretor: Dziga Vertov. 78 min. Rússia: 1924. Projeto cinematográfico mais ambicioso de Dziga Vertov. Inicialmente seria uma série com 6 filmes, que no final ficou apenas com este. Explorando o máximo da linguagem visual que a montagem oferecia, Vertov mostrou a população soviética no seu dia a dia num caleidoscópio visual deslumbrante.





O meu caminho leva à criação de uma percepção nova do mundo. Eis porque decifro de modo diverso um mundo que vos é desconhecido. (Dziga Vertov)

Outubro é o mês da Revolução Russa de 1917. A radicalidade de uma revolução se mede pelo tanto que ela se espalha pelos mais diversos campos: da economia à música, da política à poesia e assim vai. Na Rússia outubrina não foi diferente: Gorki, Maiakovski e tantos outros. O cinema também se revolucionou. Dziga Vertov escavou o núcleo do fazer cinematográfico, produziu películas que não são nem documentários, nem dramas, nem musicais.  Encravou o olho na câmera e a câmera no olho. Visto de tempos embriagados de mesmice (como os atuais), Vertov é um estrangeiro; ele não cabe neste tempo de fezes, maus poemas, alucinações e espera. (Carlos Drummond)

Neste outubro, um filme vertoviano. É uma forma de enxergar a Revolução Soviética pelas retinas de seu cinema olho, sem excluir conquistas e fraturas. Aproveitamos para encaminhar dois manifestos de Vertov* e seu grupo, não porque fechamos incondicionalmente com seus princípios estéticos, mas para contestar a normalidade enlatada de hollywood e demais centros de castração da cultura dos povos.

* Quem quiser receber os manifestos pode pedir por e-mail: ecmg.blog@gmail.com

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