Sarau para Nelson Cavaquinho


O Espaço Cultural Mané Garrincha apresentará um breve histórico e músicas daquele que foi o sambista dos aflitos. Sambou, bebeu e dormiu com os aflitos do “cabaré dos bandidos” e de todos os bares e praças do Rio de Janeiro. Estamos falando de Nelson Cavaquinho. Filho da mais pura mistura brasileira, pai negro e mãe índia guarani, herdou a dor e o sofrimento de seus antepassados, que agora está expressa no rosto de seus contemporâneos e, transformada em poesia em suas mãos, escrita em pequenos pedaços de papel. Muitas delas feitas e cantadas em seu palco preferido: a mesa de um bar. E só no último “Degrau da vida”, Nelson Cavaquinho foi reconhecido como pertencente à geração de ouro: Cartola, Noel Rosa, Sinhô e tantos outros. Anonimato que atingiu a muitos de sua época, mas não foi suficiente para soprar para os confins do fim da vida: as “Folhas Secas”; as “Folhas Caídas”; apagar a “Luz Negra” de um destino cruel como o de Nelson e de todos os seus compadres.

Depois de cem anos de seu nascimento, a sua música está aí. É o que vamos escutar, cantar e falar sobre. No dia em completaria cem anos, se sua carne etílica sobrevivesse à morte, como resiste o seu espírito.

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