Era uma vez um país do faz de conta e sua sexta
economia. Durou não mais que um dia. Desperto
o 2015, o faz de conta virou o país
do faz a conta...
Banqueiros fazem contas e sentem que podem lucrar
mais. Daí entocar raposa de fala mansa e garras afiadas a tomar conta do
galinheiro dos ovos de ouro no Ministério da Fazenda. E mais: conta-se que o agronegócio
abrigou onça amiga no Ministério da Agricultura, enquanto outros contam coisas
piores: que a fera sai na noite a percorrer campos e floretas em busca de
sangue indígena e sangue sem-terra.
E a classe média, além de ler revista VEJA, ela sabe
contar? Sem dúvida que ela sabe. Sem dúvida que ela se vê endividada. Sem
dúvida que suas crias não terão o médio conforto que seus pais um dia tiveram. Tá
tudo na ponta do lápis. Daí ela gritar. Daí ela espernear: vem pra rua! S. O. S., my General! Míope, brada contra a corrupção,
sem ver que essa é endêmica à lógica de mercado.
Mas, e os trabalhadores, eles têm o que contar? Sim.
Eles contarão para seus filhos e netos que foram enganados, via cartão de
crédito, por uma fictícia ascensão social. Que viraram classe C emergente do
dia para a noite e quando essa passou, acordaram famintos sem nem o pão que o
diabo amassou. Mas contarão um pouco mais.
Contarão que um dia se cansaram das historinhas
contadas por vira-casacas (ex- sindicalistas e ex-lutadores), transformados em lacaios
e sócios menores do capital. Contarão ainda que foram às ruas e praças para
construir um país melhor e mesmo em meio ao fogo das trincheiras não se esqueceram
da ternura entre os seus, por isso, de coração vermelho, fizeram samba e amor até mais tarde. Sobre eles a imorredoura
palavra de ordem: quem samba fica quem
não samba vai embora!*
Sarau no Garrincha:
é com espírito guerreiro, de greve em greve, feito riachos a desaguar no grande
rio duma GREVE GERAL para breve, que
convidamos você para o nosso sarau. Venha e traga poesias de amor e de luta,
porque en la lucha de clases todas las
armas son buenas...
Data:
Sábado, 25/04/2015 – às 18h30min.
Endereço:
Rua Silveira Martins, 131 – sala 11. Próximo ao Poupa-Tempo do metrô Sé.
Realização:
Espaço Cultural Mané Garrincha– contatos:espacogarrincha@blogspot.com
Comes
e Bebes a Preços Populares.
AVISO: FURA
GREVE NÃO ENTRA!
*Verso do samba “quem samba fica”,
interpretada por Jamelão em 1968. Título da carta de Carlos Marighella do mesmo
ano dirigida aos revolucionários em São Paulo como critério a separar os que
queriam ir à luta e os que se prestavam apenas aos queixumes.
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