Sus scrota patritius

O porco coronel é uma espécie que pertence ao reino canalha, ao filo dos depravados, à classe dominantália, à ordem vigentívora, à família dos Magalhães, dos Medeiros, dos Sarneys, dos Cavalcantes, dos Maciéis. Até a chegada do lobo ricaço ao Brasil, o porco coronel era o único no topo da cadeia alimentar. Chegou aqui com os portugueses. Naquele tempo, seu habitat natural era a sesmaria. Com o passar dos anos, esta evoluiu para a plantation. Hoje seu habitat natural é a fazenda. Apesar de todas as mudanças e adaptações, o porco coronel nunca deixou de viver em grandes porções terra. “Ele pode se adaptar a tudo, desde que viva em grandes pedaços terra”. Descreve o observador de porcos, professor S. Braueque.

Novos estudos comprovam a tese do professor. Observaram que porcos coronéis podem emagrecer ou tornarem-se bípedes para adaptarem-se a situações insólitas, mas perecem ao serem retirados de enormes quantidades de terra.

Nos latifúndios o porco coronel é o animal dominante. Lá ele está longe da concorrência do grande lobo ricaço, que prefere viver em centros urbanos, e tem burros que lhe servem, tem seus próprios cães que o protegem, e suas ovelhas para devorar sozinho. Todavia, este quadro vem mudando. Lobos ricaços e porcos coronéis há pouco mais de cem anos vêm se unindo. Isso aumenta muito o poder do porco coronel.

Um dos hábitos mais comuns desses animais é apadrinhar sua presa, antes de devorá-la. Muitos dos que são comidos por ele, beijam sua pata e pedem-lhe a benção. Também recebem dele coisas, como dinheiro emprestado ou dentadura. Alguns estudiosos crêem que esse hábito corresponda ao modo alimentício do coronel. “Como o porco coronel ingere lentamente suas vítimas - por vezes leva anos a devorá-las – é necessário que elas não percebam que estão sendo comidas ( não que elas fujam quando descobrem, mas a carne estraga). Por isso torna-se ‘amigo’ delas”, diz o professor Braueque no livro “Raízes do Curral Eleitoral”. “Os animais que convivem com os porcos coronéis, apreciam-no tanto, que o elegem para cuidar de assuntos gerais da floresta. Quando isso ocorre o porco coronel passa a ser chamado de deputado ou senador”, continua o professor.

O comportamento sexual do porco coronel é também peculiar. Costumeiramente relaciona-se com fêmeas de outras espécies, sempre à força. Apesar disso, convive em matrimônio de tipo católico com a fêmea de sua espécie, a porca sinhá (ou leitoa sinhá).

Porcos coronais comumente brigam entre si. Mas unem-se sempre que necessário quando outras espécies indesejadas ocupam seus territórios. Para eliminá-las, o porco coronel requisita ajuda dos lobos comunicadores e dos cães policiais.

A influência do porco coronel na história floresta do Brasil é grande. E apesar de não ter a força de outrora, pois tem que dividi-la com os lobos, o porco coronel continua no topo da cadeia alimentar. É possível vê-lo como monumento em praças, em quadros e em livros de história.

Marcos +

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