Ainda
que os desavisados pensem que ROUSSEF e YOUSSEF sejam apenas nomes sugestivos para
aquelas duplas que tem o coração como centro do universo e um par de chifres
girando ao redor, a coisa é bem outra.
ROUSSEF
é a encarregada de administrar o país para que empresários lucrem dentro da
lei. YOUSSEF, figura sinistra (mas não única!), encarrega-se de garantir lucros
ainda maiores para os mesmos empresários através de negócios obscuros. Quanto à
corrupção, ROUSSEF nada sabe. YOUSSEF sabe um pouquinho. Mas poderá saber um
pouco mais caso seja ampliado o prêmio de sua delação. É sério esse país? Sim,
porque garante a ordem burguesa!
O
fato é que a crise está aí e se as quatro gestões petistas puderam conciliar
fartos lucros a grandes empresários, via juros altos, vantajosas commodities e
algum tipo de auxilio aos famintos, hoje o capital exige liquidar de vez com
esse tipo de auxílio. Quem disser o contrário que nos aponte para onde foi a já
esquecida emergente classe C, desaparecida no horizonte da fantasia de um país
de meteórica sexta economia e que deixou nada mais que um rastro de dívidas
para trás. Dívidas que ela, classe C e demais miseráveis, agora, terão que
pagar.
Mas, se dona Dilma aperta o cinto do
faminto, para seus patrões a elasticidade está garantida. Prova disso são suas
declarações (e de seus nobres colegas), de que se deve punir apenas os
executivos das empreiteiras envolvidas nos escândalos em torno da Petrobrás,
mas não as empresas citadas. Como se esses executivos agissem em causa própria.
É sério esse país? Sim, porque garante a ordem burguesa!
Mas,
alto lá! Não pense o incauto que estamos aqui a exigir moralidade no país.
Exigimos, sim, a supressão dessa ordem que gera toda sorte de imoralidades. Ou,
para recordar o velho amigo, seu Manoel: querer
que no capitalismo não haja corrupção é querer que o leão não coma carne.
Ora, é da natureza capitalista lucrar e para isso vale tudo, inclusive
reconhecer sua vocação para capacho do imperialismo. É o que faz o tucanato de
Aécio, Alckmin, Serra, FHC e cia.
Essa
gente, durante os dois governos de FHC, doou ao capital estrangeiro grande
parte das empresas produtivas do país. Empresas que davam lucros e serviam de
garantia para novos investimentos nessas terras. Inconformados por não terem
conseguido privatizar a Petrobrás (ansiavam até mudar o nome para Petrobrax),
apóiam-se hoje na corrupção que grassa a estatal, apontam para um possível
impeachment para Dilma Roussef e almejam o sonho de vender o país de vez, para
pesadelo da imensa maioria dos brasileiros. É isso o que está por detrás de
todo esse estardalhaço.
Mas
a viabilidade de um golpe civil desse tipo não poderá vir apenas da tola cabeça
de um fanfarrão como Aécio Neves. Moleque envelhecido, capaz de convocar uma
passeata contra Dilma e deixar seus partidários sozinhos na mesma, enquanto ele
curtia um dia sol nas praias do sul. Não, a conjuração vai bem mais longe.
Enquanto
Aécio grita no senado e a classe média, especialmente a paulistana formada por
tendenciosos meios de comunicação, vitimada por seu próprio preconceito, embarca
nessa onda (que não é a mesma da praia de seu Aécio), o evangélico Eduardo
Cunha do PMDB-RJ, assume a presidência da Câmara Federal dos Deputados, atrai a
simpatia da bancada evangélica ao ressuscitar projetos para criminalizar o
aborto, humilhando a mulher brasileira ao não demonstrar compaixão sequer para
com a irmã de fé (bolsa - estupro e defesa da família tradicional), corrói o
PMDB governista por dentro e cria condições para manter o Executivo refém de um
Legislativo, que por sua vez é refém das mais tentadoras intenções privatizatizantes.
Corrobora toda essa orquestração que escapa ao âmbito nacional a extradição
autorizada pela Justiça italiana do senhor Pizzolato, réu foragido no caso do Mensalão
- petista, atualmente vivendo na Itália e que a oposição de direita à Dilma espera
trazer para que de sua boca saia boas munições contra a presidenta. Por sua
parte, o STF julga inconsistente a acusação de envolvimento de dois
ex-secretários de Geraldo Alckmin em corrupção nas licitações do metrô
paulistano, ainda que haja depoimento de executivos das empresas envolvidas
citando a ambos. E a coisa não pára por aí. Na questão da falta d’água, por
exemplo, Geraldo Alckmin sabia desde 2004 da necessidade de se ampliar os
reservatórios, mas dez anos depois nada foi feito. Agora que a seca tornou-se fato
o canalha raciona a água na periferia e garante para seus amigos endinheirados,
como donos de shoppings que pagam a metade do preço médio da água. Pior, em
meados de dezembro passado, a bancada de seu partido, o PSDB, aproveitando-se
do clima festivo de fim de ano, aprovou um projeto de redução das matas
ciliares no estado de São Paulo. Essas matas acompanham e protegem os rios e,
por Lei Federal, devem ser conservadas em trinta metros a partir da margem (o
que já é pouco). Pois bem, os tucanos do PSDB, que ironicamente concebem um
mundo sem árvores, votaram uma redução para cinco metros. E tudo isso para
agradar seus sócios, fazendeiros e empresários rurais do agronegócio. Mas a
tragédia anunciada vai além, bastando ver que o município de Jandira – SP,
outrora arborizada, está se tornando um descampado para abrigar galpões de
empresas do estado mais rico da nação. Toda essa devastação propicia a seca no
médio prazo. Não devemos culpar a Deus nem ao Diabo. A seca em São Paulo tem
jeito e cheiro de Tucano e atende pelo nome de Geraldo.
Aos
trabalhadores restará a luta, pois, da vaca que tossia nem tosse sobrou. E, o
pior, com a seca que nos assiste, nem brejo terá para uma vaca atolada. No que
tange a espremida classe média, enquanto ela não tentar superar a burrice que
lhe querem inerente e se juntar aos trabalhadores da cidade e do campo em um
projeto de nação, o esperneio continuará a ser seu mote, tendo uma passeatinha
aqui e outra acolá. Bobagem porque enquanto ela definha o grande capital aumenta
sua lucratividade. Ou alguém tem dúvida de que seu Joaquim do Bradesco assumiu
a pasta da Fazenda apenas por birra de Dona Dilma com a ex-faminta Marina Silva
e seu sonho dourado de tornar-se presidenta e por alguém do Itaú para cuidar da
galinha dos ovos de ouro? Aliás, dona Dilma, para desespero dos reformistas,
demonstrou que Marina Silva é descartável mesmo para o Itaú, já que os lucros
deste em 2014 saltaram de 15 para 20 bilhões, enquanto o Bradesco representado
por seu Joaquim Levy ficou em segundo, com um montante que pulou de 12 para 15
bilhões. Sejamos razoáveis...
Como
essa abertura, é o que tínhamos a dizer neste novo AROEIRA. Leia sem moderação.
Março
de 2015,
A Equipe Redatora.
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